Mais do que as danças após os gols, a alegria da seleção brasileira foi assunto nesta quinta-feira (8), na véspera da partida contra a Croácia, pelas quartas de final da Copa do Mundo. O técnico Tite, claro, saiu em defesa da sua equipe ao que chamou de história e cultura do futebol verde-amarelo. “Vamos continuar do nosso jeito”, garantiu o treinador na entrevista coletiva em Doha, no Catar.
A seleção brasileira enfrentará a Croácia nesta sexta-feira (9), às 12h (de Brasília), no estádio Cidade da Educação. Quem avançar pegará o vencedor do confronto entre Argentina e Holanda, que jogam no mesmo dia, às 18h, no Lusail, já na semifinal.
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Para o treinador, que esteve ao lado do auxiliar Cléber Xavier e do lateral Danilo, a alegria dos jogadores deve superar o eventual medo de ser julgado em caso de uma derrota. O temor é que o estilo dos atletas da seleção brasileira gere pressão e, pior, dê munição aos adversários.
“É a identidade do futebol brasileiro; não sou eu, é a geração que surgiu agora, são os técnicos de base que formaram esses atletas. Nós damos confiança para que eles possam produzir o seu melhor. É a nossa característica. Vamos continuar do nosso jeito. Em cima dessa pressão, tem que ter coragem para jogar dessa forma, mesmo correndo riscos de a carne ser cortada. E eu já vivi isso. Esse é o futebol em que eu acredito, mesmo que na frente tenha carne cortada se não for campeão”, disse o treinador.
O Brasil goleou a Coreia do Sul nas oitavas de final, e Vini Jr., Neymar, Richarlison e Lucas Paquetá comemoram os seus gols com coreografias na linha de fundo. No gol do camisa 9, até mesmo o técnico Tite entrou na brincadeira e fez a já famosa dança do pombo.
“Se tiver que dançar, eu vou dançar. De uma forma bem sútil. Disse a eles: ‘Me escondam’. O quadro é dos atletas, a parte da comissão técnica é pequenininha”, disse.
O lado croata
Minutos depois da sessão de perguntas com os membros da seleção brasileira, a comissão croata entrou no auditório para a sua entrevista coletiva. O técnico Zlatko Dalic disse categoricamente que não gostaria que os seus jogadores comemorassem com coreografias, mas entende a cultura de cada país.
“Eles têm que comemorar o gol do jeito que eles sabem. São festivos, alegres, demonstram a sua tradição. Se isso é respeitoso ou desrespeitoso com o adversário, não posso julgar. Não gostaria que os meus jogadores comemorassem dessa maneira, mas é uma diferença de cultura”, disse o treinador.
Na história das Copas, Brasil e Croácia se enfrentaram em duas oportunidades, com duas vitórias da Canarinho: na Alemanha 2006 (1 a 0) e no Brasil 2014 (3 a 1).
Dança, recado e zoeira: como as seleções comemoraram as vagas nas quartas
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Marcar um gol e se classificar no mata-mata de uma Copa do Mundo é motivo de muita comemoração. E os jogadores das oito seleções que avançaram às quartas de final do Mundial no Catar mostraram muita criatividade.
O Brasil, por exemplo, teve um grande repertório de comemoração na goleada de 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, que garantiu a vaga nas quartas de final. No gol de Vini Jr., a festa foi com a dancinha do Pagodão do Birimbola, hit de Os Quebradeiras nas redes sociaisREUTERS/Annegret Hilse