
Em entrevista recente, Leila Pereira manifestou o desejo de concorrer a um terceiro mandato no Palmeiras, mas o caminho para estender sua gestão esbarra no estatuto.
O regimento interno limita a presidência a uma única reeleição, o que obriga a mandatária a liderar uma reforma interna para viabilizar sua permanência até 2030.
Para derrubar essa regra, o rito político passa diretamente pelo Conselho Deliberativo. Caberá ao presidente do órgão, Alcyr Ramos da Silva Junior, pautar o tema e submetê-lo à votação. Para alterar o estatuto, Leila precisa da aprovação de 50% mais um dos votantes, ou seja, 151 votos em um universo de 300 conselheiros.
A disposição atual de conselheiros favorece a conta matemática da presidente. Entre membros da diretoria e outros 45 nomes que atuam como "assessores especiais" na gestão, a situação tem maioria. Sendo assim, o bloco de apoio organicamente ligado à administração oferece base para promover a mudança. Vencida a etapa do Conselho Deliberativo, a mudança precisaria ser ratificada pela Assembleia de Associados. Nesta instância, a aprovação tende a ser ainda mais tranquila. O ambiente no clube social reflete uma gestão pautada no personalismo político. Melhorias nas instalações, como a reforma da piscina, e eventos sociais, caso da festa de Natal antecipada, são frequentemente associados diretamente à figura da presidente, e não apenas à instituição. Com a narrativa de que as benfeitorias são "presentes da presidente", Leila consolidou uma certa popularidade entre os sócios que torna improvável um revés nas urnas. O cenário atual contrasta com o clima "bélico" de 2018, quando o estatuto foi alterado para ampliar o mandato de dois para três anos. Naquela ocasião, a mudança visava permitir que Maurício Galiotte permanecesse no cargo tempo suficiente para que Leila se tornasse elegível na sucessão. O episódio marcou um ponto de ruptura na política da era moderna do Palmeiras, e a alteração foi aprovada por uma margem estreita de apenas dois votos. No entanto, a manobra exige um cálculo pragmático em relação à legislação externa. A mudança colocaria a instituição em desacordo com a Lei Geral do Esporte, bloqueando o acesso a verbas federais e isenções fiscais — punição prevista para clubes que não respeitam a alternância de poder nos moldes previstos. O UOL apurou que a gestão vê essa possível sanção sem preocupações, já que os cofres alviverdes independem de recursos públicos e utilizam minimamente as leis de incentivo. Fonte: uol.com.br
Panorama é diferente de 2018
O que diz a Lei Geral do Esporte
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)