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Desacreditada pentacampeã: seleção brasileira comemora 20 anos do último título de Copa

Publicado em 30/06/2022 Editoria: Esportes e Jogos sem comentários Comente! Imprimir


Desacreditada pentacampeã: seleção brasileira comemora 20 anos do último título de Copa

Família Scolari, que havia passado perrengue nas Eliminatórias, venceu a Alemanha por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo Fenômeno

Ronaldo Fenômeno, autor de dois gols na final, se recuperou do trauma de quatro anos antes

 

Ronaldo Fenômeno, autor de dois gols na final, se recuperou do trauma de quatro anos antes

Lavadeira Jr./EFE - 30.6.2002

 

Pode um time que se classificou na última rodada das Eliminatórias ser campeão da Copa do Mundo? Há exatos 20 anos, em um 30 de junho, a seleção brasileira deixou para trás o rótulo de desacreditada e conquistou o inédito pentacampeonato, em cima da Alemanha (2 a 0), no estádio de Yokohama, no Japão.

O Brasil literalmente acordou para aquela Copa do Mundo — disputada sob o fuso horário da Coreia do Sul e do Japão, sedes daquele torneio — já perto da decisão contra a Alemanha. Além de, claro, o título, valia também a hegemonia entre as seleções para o time verde-amarelo. Os alemães haviam sido campeões em 1954, 1974 e 1990 (depois ainda viriam a levantar o troféu em 2014). Do outro lado, os brasileiros haviam conquistado a glória em 1958, 1962, 1970  e 1994.

A partida do outro lado do mundo começou às 8 horas da manhã de Brasília. Com a camisa amarela, o calção azul e a estranha combinação de meias azuis (para diferenciar das brancas dos alemães), os comandados da Família Scolari entraram em campo animados sob o ritmo do samba tocado no ônibus que levou a equipe para o estádio.

Felipão não queria que Ronaldo Fenômeno disputasse o rebote com o goleiro

 

Felipão não queria que Ronaldo Fenômeno disputasse o rebote com o goleiro

BERND WEISSBROD/EFE - 30.6.2002

 

A agonia do 0 a 0 durou até os 22 minutos do segundo tempo, quando foram os alemães que dançaram. Ronaldo, que havia dois anos não era nenhum fenômeno, em razão das lesões no joelho, perdeu a bola no ataque, mas não desistiu. O camisa 9 roubou a bola, tocou para Rivaldo e contou com o rebote do justamente melhor jogador do competição, Oliver Kahn, para abrir o placar. Em seu podcast, o ex-jogador relembrou a frustração de quatro anos antes, quando teve uma convulsão antes da derrota para a França, e explicou o lance.

“O Felipão me falava sempre: ‘Perdeu a bola, ao invés de ficar ali reclamando, levanta, dá o pique pra recuperar o mais rápido possível’ [e recompor a defesa]. Ele brigava comigo, porque ele não queria que eu fosse no rebote durante os treinos. E ele cansou de parar treino para proibir de ir no rebote, que era para evitar lesão, num choque. E por ironia do destino, o instinto do centroavante de ir no rebote falou mais alto. E foi um golaço”, analisou Ronaldo.

Nem a torcida confiava. Começamos a unir o grupo, a coisa começou a acontecer

Rivaldo, meio-campo

Por ironia do destino, o instinto do centroavante de ir no rebote falou mais alto

Ronaldo Fenômeno, atacante

Rivaldo, quem chutou em gol no primeiro lance e, depois, fez o corta-luz para que Ronaldo, aos 34 minutos, fizesse o segundo, tem uma visão mais sensata sobre as dificuldades do time até a decisão. Ainda nas Eliminatórias, Vanderlei Luxemburgo, Candinho e Emerson Leão haviam treinado a equipe que se classificou apenas contra a Venezuela, em partida em São Luís (MA), bem distante das exigentes torcidas de São Paulo e do Rio, por exemplo.

“Foi uma preparação difícil. Nem a torcida nem a imprensa brasileira confiavam no que iria acontecer na Copa do Mundo. Muitas pessoas não confiavam. Começamos a unir o grupo, a coisa começou a acontecer”, disse Rivaldo, que até hoje garante não ter nenhuma rivalidade com Ronaldo pelo protagonismo na equipe.

 

O gesto de Cafu

 

Cafu quebrou protocolo no penta

Cafu quebrou protocolo no penta

EFE/dpa/OLIVER BERG/hpl/lmf

Erguer o troféu de campeão é uma tradição brasileira. O gesto começou lá atrás, com o zagueiro Bellini, no título da seleção brasileira, em 1958. Para atender a um pedido dos fotógrafos, o capitão levantou a taça, então Jules Rimet, acima da cabeça sem saber que ali estava exportando para o mundo uma mania que dura até hoje.

Cafu, capitão do penta, que disputava a sua terceira final consecutiva, tinha após o jogo a missão de seguir o ritual. O lateral-direito, no entanto, quis inovar. Ele subiu no púlpito em que a Copa do Mundo estava posicionada e dali, para desespero dos presidentes Ricardo Teixeira (CBF), Joseph Blatter (Fifa) e do convidado de honra Pelé, mostrou a glória a todos.

Mais do que isso, Cafu escreveu na camisa “100% Jardim Irene” e gritou “Regina, eu te amo” para lembrar o bairro em que foi criado na zona sul de São Paulo e celebrar seu casamento. Os outros 22 jogadores felizes cercaram o capitão, mas não apareceram na principal foto daquela edição de Copa do Mundo.

 

20 anos depois

 

Vinte anos depois, a seleção, agora comandada por Tite, busca o hexacampeonato. A competição no Catar 2022 começa em 21 de novembro e vai até 18 de dezembro. O Brasil estreará contra a Sérvia, no dia 24. Ainda na primeira fase, a equipe enfrentará Suíça (28/11) e Camarões (2/12), no Grupo G.

Fonte: esportes.r7.com.br

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)


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