Krishna Maharaj era um homem rico, com algumas propriedades e dono de cavalos de corrida quando tudo mudou. No dia em que viajou com a mulher até à Florida, nos Estados Unidos, em 1987, para comprar uma propriedade para reformados, e enquanto jantava num restaurante, foi preso.
Em dois meses, foi acusado pelo homicídio de dois empresários, pai e filho, Derek e Duane Moo Young, num hotel de Miami.
Deu-se sempre como inocente e, em 2019, um juiz assumiu que era. No entanto, o veredicto inicial ainda não foi revogado e Maharaj continua na cadeia.
Numa prisão onde as condições são precárias, Krishna já só se move de um lado para o outro com o apoio de um andarilho. Agora com 81 anos, os problemas da saúde vão-se acumulando.
"Quando me deram como culpado não quis acreditar. Desmaiei. Não achei que fosse possível ser considerado culpado de algo que não fiz", conta, em declarações exclusivas à Sky News.
Além de negar ter estado perto do local onde pai e filho foram assassinados, Krishna tinha testemunhas que comprovavam o facto, mas que nunca foram chamadas a testemunhar.
Inicialmente condenado a pena de morte, a sua sentença foi posteriormente alterada para pena de prisão perpétua. "É muito difícil acordar todas as manhãs e pensar: &39;O que é que estou a fazer aqui? Estas pessoas sabem que sou inocente", desabafa.
A decisão do juiz em 2019 deveria ter dado início ao processo de libertação de Maharaj, no entanto devido a atrasos no agendamento da audiência, tal ainda não aconteceu.
O advogado dos direitos civis, Clive Stafford Smith, admite já ter visto muitos casos de injustiça, mas reconhece que o de Krishna se destaca. "É o caso, entre as centenas que já defendi, do qual estou mais convencido que ele é inocente - e aqui está, com 81 anos, ainda na prisão."
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)