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Senador Nelsinho Trad recebe senadores franceses após missão a Estrasburgo e reforça ofensiva pelo acordo Mercosul–UE

Publicado em 02/07/2025 Editoria: Mato Grosso Do Sul sem comentários Comente! Imprimir


Senador Nelsinho Trad recebe senadores franceses após missão a Estrasburgo e reforça ofensiva pelo acordo Mercosul–UE

Em reunião no Senado, parlamentar apresentou dados sobre comércio e investimentos e defendeu papel dos Legislativos na reta final do tratado

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) recebeu, na última semana, na Liderança do PSD no Senado, integrantes da Comissão de Relações Exteriores, Defesa e Forças Armadas do Senado francês. O encontro com os senadores Jean-Luc Ruelle, Mickaël Vallet, Edouard Courtial e o administrador Marc Parcelier marcou a continuidade da articulação parlamentar em torno da ratificação do Acordo de Associação Mercosul–União Europeia.

A visita ocorreu poucos dias antes da Cúpula do Mercosul e após a missão oficial do Parlamento do Mercosul (Parlasul) a Estrasburgo, na França, entre os dias 17 e 19 de junho. A comitiva sul-americana, que o senador Nelsinho Trad integrou, manteve reuniões com eurodeputados e com representantes de comissões estratégicas do Parlamento Europeu, como Comércio Internacional, Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Exteriores.

“O acordo Mercosul-União Europeia é uma oportunidade de enviar um sinal claro em favor do comércio internacional como alavanca de prosperidade”, disse o senador Nelsinho Trad em Estrasburgo. O senador também participou das sessões interparlamentares com a Delegação para as Relações com o Mercosul (DMER) em um esforço de aproximação política para destravar o tratado.

De volta a Brasília, o senador apresentou aos senadores franceses uma série de dados econômicos que embasam a defesa do acordo. “A corrente comercial com a União Europeia representou 15,9% do nosso comércio exterior em 2024. O Brasil exportou US$ 48,3 bilhões e importou US$ 47,3 bilhões da UE — um comércio historicamente equilibrado, com leve superávit brasileiro nos últimos anos”, afirmou.

O parlamentar lembrou que o Mercosul é o quarto maior parceiro comercial do Brasil e que a União Europeia lidera o ranking de investimentos estrangeiros diretos no país. “O estoque de investimentos da UE no Brasil atingiu US$ 497 bilhões em 2023, com crescimento médio anual de 11,3% desde 2020.”

Para o senador, o acordo pode reforçar a integração do Brasil às cadeias produtivas europeias e estimular a modernização industrial.

Reconhecendo a complexidade do tema no cenário político francês, o senador Nelsinho ponderou: “Sei que na política é difícil um político mudar a cabeça do outro, mas nada melhor do que dar dados, números, para uma avaliação crítica do debate que vai se avizinhar em nossos Parlamentos.”

Do lado francês, Mickaël Vallet disse que a França vive um momento de transição democrática e de desconfiança em relação aos tratados internacionais. Segundo ele, parte do desgaste está associado à forma como o Acordo de Livre Comércio com o Canadá foi conduzido — aprovado provisoriamente, mas nunca ratificado pelo Parlamento francês.

“Os cidadãos têm a sensação de que tratados são negociados e finalizados por pessoas que não foram eleitas. Isso cria um duplo discurso: não somos nós, é a Europa”, afirmou Vallet. Ele também mencionou o impacto da crise entre agricultores e governo, que gerou cenas de tensão inéditas durante o último Salão Internacional da Agricultura em Paris. “Há um histórico do qual o Brasil não tem culpa nenhuma”, complementou.

Jean-Luc Ruelle, por sua vez, defendeu a continuidade da cooperação parlamentar com o Brasil e apontou setores prioritários. “Queremos aprofundar nossa parceria em agropecuária, tecnologia verde, combate ao tráfico de drogas e crime organizado, educação e clima. Os Parlamentos têm papel importante na construção do multilateralismo”, afirmou. Ele também destacou que a França é, hoje, o terceiro maior investidor no Brasil.

A expectativa é de que o Conselho Europeu vote o acordo em setembro, depois das férias de verão no continente. O tratado precisa do apoio de 55% dos países da UE, desde que, juntos, eles representem 65% da população do bloco.

A fase seguinte, prevista para começar em meados de novembro, é a votação no Parlamento Europeu. Dos 721 eurodeputados com direito a voto, será necessária maioria simples dos presentes.

 

 

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)


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