Presidente Jair Bolsonaro ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante visita à agência-barco da Caixa na Ilha do Marajó (PA) Imagem: Alan Santos/PR
Caso decida demitir Paulo Guedes do Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro tem um nome em primeiro lugar na lista de cotados para a substituição: Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal.
Com o andar da carruagem no governo, Guimarães soube contemplar interesses de Bolsonaro e tem pontes no Congresso. Seria um ministro que uniria confiança do presidente e apoio político.
A desconfiança já tomou conta de Guedes. Ele acha que Guimarães é a cobra que ele próprio criou e que poderá picá-lo.
Bolsonaro baixou a bola na relação com os militares da ativa depois de um aviso que levou em conta a história recente do Brasil. Se insistisse em humilhar mais Fernando Azevedo e Silva (ex-ministro da Defesa) e os comandantes da Três Forças que decidiram sair dos cargos nesta semana, o presidente poderia reforçar um movimento perigoso contra ele.
A ameaça ao presidente tem nome e sobrenome: Hamilton Mourão. A erosão de apoio militar a Bolsonaro é uma realidade. O gabinete do vice-presidente é local de romaria dos chorumes.
Com a iminente aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello, o presidente Jair Bolsonaro tem discutido nomes para a segunda indicação que fará para o Supremo Tribunal Federal.
Nesta semana, o primeiro da lista é o advogado-geral da União, André Mendonça, "terrivelmente evangélico" e leal ao presidente.
Depois, vem o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, que tem bom trânsito com políticos e arregimentou apoio no entorno do presidente.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, também está no páreo. Mas Bolsonaro acha que seria cobrir um santo e descobrir outro. Não é fácil arrumar um engavetador-geral tão empenhado, como tem dado provas Aras em meio à pandemia.
João Otávio de Noronha, ministro do STJ e amigo dos filhos do presidente, continua lutando pela indicação ao Supremo. Mas está em quarto lugar na lista presidencial.
Cármen Lúcia justificou perante assessores o pulo que deu do barco da Lava Jato. Ela mudou o voto e endossou a decisão da Segunda Turma do STF que decretou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos casos que envolvem o ex-presidente Lula.
A ministra se disse "traída" pela bagunça que Moro e Deltan Dallagnol fizeram ao corromper a lei processual penal.
O novo ministro da Justiça, o delegado federal Anderson Torres, é visto por Bolsonaro como um canal para aumentar a influência do presidente nas polícias Civil e Militares dos Estados. Ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Torres recebeu entusiasmado apoio da bancada da bala, sobretudo do ex-deputado federal Alberto Fraga, amigo de Bolsonaro.
O sentimento pró-Bolsonaro nas Polícias Militares tem levado alguns governadores a analisar com mais boa vontade as reivindicações de reajuste salarial da categoria.
A influência no governo exercida pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está incomodando alguns filhos de Bolsonaro.
Do ponto de vista político-eleitoral, Ciro Gomes (PDT) jogou certo ao endossar um manifesto pró-Democracia com outros postulantes de direita à Presidência da República. É o caminho que restou com a volta de Lula ao jogo.
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)