Chuva e frio salva o Brasil dos Gafanhotos

Publicado em 25/06/2020 Editoria: Agricultura
(Foto: Fearca e Senasa/Divulgação)

(Foto: Fearca e Senasa/Divulgação)

 

Chuva e frio chegam ao RS e devem afastar nuvem de gafanhotos do Brasil

Houve precipitações na madrugada desta quinta-feira (25/6) em Barra do Quaraí (RS) e Uruguaiana (RS), na fronteira com a Argentina

 

Nuvem de gafanhotos (Foto: Fearca e Senasa/Divulgação)

(Foto: Fearca e Senasa/Divulgação)

A previsão de chuva e temperaturas mais baixas se confirmou no Rio Grande do Sul, com precipitações em Barra do Quaraí e Uruguaiana durante a madrugada desta quinta-feira (25/6), e a tendência é de que isso ajude a afastar do Brasil a nuvem de gafanhotos que avança perto da fronteira com a Argentina.

“A perspectiva é de temperaturas muito baixas, até com previsão de geada no sábado. Então, se os gafanhotos não gostam de baixas temperaturas, isso é positivo”, afirma Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.

Em Barra do Quaraí, a chuva ficou entre 10 a 15 milímetros na madrugada, enquanto em Uruguaiana teve volume muito maior, por volta de 50 milímetros. No final da manhã, a temperatura girava em torno de 13 e 12,7 graus nos dois municípios, respectivamente .

“A chuva deve parar nesta quinta (25/6), mas volta na sexta (26) e no sábado (27) e deve seguir até o começo da semana que vem. O frio deve persistir também”, destaca o agrometeorologista.

 

Avanço rápido

Na terça-feira (23/6), a nuvem de gafanhotos que desceu do Paraguai para a Argentina, passando pelas províncias de Formosa e Chaco, estava a 250 quilômetros do Brasil. No entanto, na quarta-feira (24/6) pela manhã, a praga já estava em Sauce, na província de Corrientes, a 130 quilômetros, em linha reta, da fronteira com Barra do Quaraí (RS).

"O gafanhoto é uma praga migratória, que não reconhece limites ou fronteiras. Em um dia, pode viajar até 150 quilômetros e, por exemplo, atravessar de uma província para outra, ou mesmo de um país para outro em poucas horas", informou boletim do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa).

Por isso, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul e o Ministério da Agricultura firmaram uma parceria com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) para o uso de 426 aviões que compõem a frota aeroagrícola do Estado, caso os gafanhotos cruzem a fronteira.

Na quarta-feira (24/6), o governo estadual determinou que 8 fiscais agropecuários fiscalizassem presencialmente fazendas nas cidades de São Borja, Itaqui, Alegrete, São Luiz do Gonzaga, Barra do Quaraí, Uruguaiana e também na região de Santa Rosa.

Já nesta quinta-feira (25/6), o Ministério da Agricultura publicou uma portaria decretando estado de emergência fitossanitária, o que permite importar produtos químicos não autorizados para uso temporário e contratação  de pessoal por tempo determinado para a prestação de serviços eventuais nas ações de defesa agropecuária.

“É para que algumas ações possam ser feitas pelos governos estaduais onde há possibilidade de essa nuvem chegar. Estamos monitorando, mas tudo indica que ela vai ficar mesmo no Uruguai, por enquanto. Se o clima continuar favorecendo, ela nem chegará ao nosso território”, declarou, por meio de nota, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)