CPI: ex-presidente do INSS bate boca com bolsonaristas e diz que 'CGU erra'

Publicado em 14/10/2025 Editoria: Mato Grosso Do Sul

CPI: ex-presidente do INSS bate boca com bolsonaristas e diz que &39;CGU erra&39;

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL)
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) disse na CPI do INSS que "a CGU (Controladoria-Geral da União) erra", durante bate boca com o senador Marcos Rogério (PL-RO). O depoimento de Stefanutto foi marcado por diversas críticas à atuação do órgão de controle sobre o caso.

O que aconteceu

CGU notificou sobre o caso depois que o comando do INSS já estava tomando providências, segundo Stefanutto. Durante discussão com o senador Marcos Rogério (PL-RO), que questionou o ex-presidente do instituto por não ter seguido a recomendação do órgão de controle, Stefanutto disse que "a CGU erra".

Postura contrária à CGU se repetiu ao longo da sessão. Não foi a primeira vez que Stefanutto criticou o trabalho da controladoria. "Eu tomei muitas providências. Talvez não a que a CGU queria, mas tomei muitas", disse o ex-presidente. Ele insistiu ao longo do seu depoimento que já havia solicitado uma auditoria sobre os desvios com as associações.

Sessão deve se alongar durante a noite. Os parlamentares que já questionaram o ex-presidente foram: senador Izalci Lucas (PL-MG), deputado Duarte Júnior (PSB-MA), deputada Adriana Ventura (Novo-SP), senador Márcio Bittar (PL-AC), senador Marcos Rogério (PL-RO), senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Mais cedo, relator perguntou sobre a relação de Stefanutto com diretor de benefícios. A pergunta gerou incômodo no depoente, que respondeu ter mantido "todos os diretores que já estavam no INSS". André Fidélis, ex-diretor de Benefícios, foi nomeado antes de sua gestão do INSS, disse Stefanutto.

"Eu decido o que é objetivo ou não", disse ex-presidente do INSS. Gaspar insistiu na pergunta sobre Fidélis e afirmou que o depoente tinha falta de objetividade, Stefanutto disse que ele decidiria o que deveria ou não responder. "Eu estou aqui como testemunha, então eu decido minha resposta. Eu defino se ela é objetiva ou não", disse.

Foi a segunda vez que a sessão foi suspensa. Isso se deu logo após um bate-boca entre o relator e o ex-presidente do INSS. Este chamou a atitude do deputado de "vergonha" e chegou a ficar com o dedo em riste em oposição a Gaspar. Este respondeu que ele era "o cabeça de uma instituição que roubou aposentados".

Stefanutto pediu desculpas na volta da sessão. O pedido foi aceito imediatamente pelo relator.

Não foi a primeira suspensão

Stefanutto se recusou a responder logo a primeira pergunta da oitiva. Era sobre quanto tempo o ex-presidente do instituto tinha no serviço público, o que não era incriminatório.

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Ele tem um habeas corpus para ficar em silêncio. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), esclareceu no início da sessão que o documento, dado pelo ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), concede o direito "parcial" à não resposta, ou seja, apenas ao que o convidado avalie que pode gerar autoincriminação.

Mais adiante, Stefanutto esclareceu que está no serviço público desde 1993. Após um intervalo de cinco minutos solicitado pelo presidente da CPMI ele respondeu ao relator, mas depois apontou o que o depoente chamou de parcialidade e pré-julgamento.

Depoente tem diabetes e solicitou pausas durante sua fala para se alimentar. Ele combinou com o presidente do colegiado para espalhar algumas suspensões por cinco minutos durante seu depoimento.

Fonte: noticias.uol.com.br

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)