Terremoto no sudeste do Afeganistão deixa pelo menos 920 mortos

Publicado em 22/06/2022 Editoria: Campo Grande - MS

Terremoto no sudeste do Afeganistão deixa pelo menos 920 mortos

Helicóptero transporta feridos após terremoto no Afeganistão - BAKHTAR NEWS AGENCY/Handout via REUTERS

Helicóptero transporta feridos após terremoto no Afeganistão Imagem: BAKHTAR NEWS AGENCY/Handout via REUTERS

Ao menos 920 pessoas morreram no terremoto que afetou o sudeste do Afeganistão na madrugada de hoje, de acordo com o balanço atualizado divulgado pelo governo. O tremor de 5,9 graus de magnitude aconteceu a 10 km de profundidade e afetou as províncias de Paktika e Khost, em uma área de difícil acesso perto da fronteira com o Paquistão. 

"Até o momento, segundo as informações que temos, ao menos 920 pessoas morreram e 600 ficaram feridas", declarou em uma entrevista coletiva o vice-ministro de Gestão de Desastres Naturais, Sharafuddin Muslim.

Um segundo tremor de 4,5 graus aconteceu na mesma área que o terremoto inicial, com poucos minutos de intervalo.

"Pedimos às agências de ajuda que proporcionem assistência imediata às vítimas do terremoto para evitar um desastre humanitário", afirmou o vice-porta-voz do governo, Bilal Karimi. Ele indicou que várias casas foram destruídas e muitas pessoas estão presas nos destroços.

Yaqub Manzor, líder tribal de Paktika, disse que muitos feridos são do distrito de Giyan e foram transportados em ambulâncias e helicópteros.

moradores afeganistão - Bakhtar News Agency/Reuters - Bakhtar News Agency/Reuters
Moradores da província de Paktika carregaram feridos que seriam levados até hospitais após terremoto
Imagem: Bakhtar News Agency/Reuters

"Os mercados locais estão fechados e as pessoas correram para ajudar nas áreas afetadas", declarou à AFP por telefone.

Fotos de casas destruídas nesta região rural pobre e isolada foram divulgadas nas redes sociais. Vídeos mostram alguns moradores carregando feridos até um helicóptero.

Os serviços de emergência do país, limitados há muitos anos em número de funcionários e capacidade, não estão preparados para enfrentar catástrofes naturais de grandes proporções.

Região tem terremotos frequentes

O terremoto foi sentido em várias províncias da região, assim como na capital Cabul, que fica 200 km ao norte do epicentro do tremor.

Também foi sentido no Paquistão, mas até o momento não foram relatados danos ou vítimas no país vizinho.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse que está "profundamente entristecido" com a tragédia e afirmou que o governo do país está trabalhando para dar apoio aos colegas afegãos.

"A União Europeia acompanha a situação (...) e está disposta a coordenar e fornecer ajuda de emergência", tuitou o enviado especial do bloco para o Afeganistão, Tomas Niklasson.

A ONU anunciou que estuda as necessidades de ajuda.

O papa Francisco expressou solidariedade às vítimas do terremoto durante a audiência geral semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano.

"Expresso minha proximidade com os feridos e as pessoas afetadas pelo terremoto. E rezo especialmente pelos que perderam a vida e suas família", disse o pontífice.

O Afeganistão registra terremotos com frequência, em particular na região de Hindu Kush, que fica entre o Afeganistão e o Paquistão, na união das placas tectônicas eurasiática e indiana.

As catástrofes podem ser devastadoras devido à pouca resistência das casas rurais afegãs.

Em outubro de 2015, um terremoto de 7,5 graus nas montanhas de Hindu Kush deixou mais de 380 mortos nos dois países.

As vítimas afegãs incluíram 12 meninas, que em pânico tentaram fugir da escola durante o tremor.

Desde que o Talibã retomou o poder em agosto do ano passado, o Afeganistão vive uma grave crise financeira e humanitária, provocada pelo bloqueio de milhões de ativos no exterior e pela suspensão da ajuda internacional, que sustentava o país há duas décadas e que agora chega a conta-gotas.

As agências de ajuda e a ONU insistem que o país precisa de bilhões de dólares este ano para sobreviver à crise.

Com AFP

Fonte:noticias.uol.com.br

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)