Estado encosta em Biden os símbolos do poder

Publicado em 07/11/2020 Editoria: Internacional

 

Estado encosta em Biden os símbolos do poder

                                ANGELA WEISS/AFP
Imagem: ANGELA WEISS/AFP 

À medida que as urnas vão aproximando Joe Biden do trono, o Estado cuida de encostar nele os símbolos do poder. A Agência Federal de Aviação Americana impôs restrição de voos sobre a casa do rival de Donald Trump, na cidade de Welington. O serviço secreto reforçou o aparato de segurança de Biden, informa a imprensa americana.

Enquanto isso, Trump toca bumbo sob um teto de vidro. Propaga a vitória que não obteve e alardeia a fraude que não comprovou. Alega ter sido roubado. A dissimulação sempre desempenhou relevante papel na política. Mas Trump exagera. Já não distingue verdade de falsidade, realidade de fantasia. Desliga-se progressivamente dos fatos. Perde o contato com o mundo real.

Num instante em que até os correligionários republicanos se perguntam sobre até onde Trump planeja, afinal, esticar a corda, Biden administra a língua e a pose de presidente na bica de ser eleito. Em pronunciamento feito na madrugada deste sábado, ele renovou as baterias dos apoiadores. Preocupou-se em fazer isso sem sentar no trono prematuramente.

Falando para uma plateia que esperava por uma declaração de vitória, Biden disse na madrugada deste sábado que "ainda" não considera adequado ultrapassar a fronteira. Realçou que os votos extraídos contam "uma história convincente". A máxima ousadia que permitiu a si mesmo foi a seguinte frase: "Nós vamos ganhar essa eleição com uma clara maioria".

Biden se absteve de citar o nome de Trump. Mais cedo, ele sentira uma vontade compulsiva de responder às insinuações do rival. Terceirizou a tarefa à sua equipe. "O governo americano pode perfeitamente expulsar invasores da Casa Branca", disse um porta-voz da campanha. 

Confirmando-se as projeções, Trump terá de chamar o caminhão de mudança antes de 20 de janeiro, dia da posse do novo presidente. Até lá, exercerá em toda a sua plenitude o direito de pavimentar o seu próprio caminho para o inferno.

A transição será arrastada. O colégio eleitoral em que os delegados dos estados confirmarão a escolha do futuro presidente só ocorrerá em 14 de dezembro. O aval do Congresso virá em 5 de janeiro, 15 dias antes da posse. 

Nesse intervalo, Trump há de perceber que, numa democracia, todo poder é emprestado. Em algum momento o dono pede de volta. No caso de Trump, a ordem de despejo chega cedo. O normal nos Estados Unidos é que os presidentes sejam reeleitos, desde que tenham desempenho para isso.

› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)