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Parlamaz debate resultados da COP 26 e desafios para a diplomacia parlamentar da Amazônia

Publicado em 30/11/2021 Editoria: Brasil sem comentários Comente! Imprimir


Parlamaz debate resultados da COP 26 e desafios para a diplomacia parlamentar da Amazônia

 

Sob a presidência do senador Nelsinho Trad, o Parlamento Amazônico (Parlamaz) realizou, nesta segunda-feira (29), a última reunião do ano. Em continuidade ao encontro de setembro, os parlamentares do Brasil e dos outros países que integram a região amazônica analisaram os principais pontos discutidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021.

A COP 26 foi realizada entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. A conferência teve como objetivo estimular o combate às mudanças climáticas com ações conjuntas entre os países. Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas e ativistas participaram.

"Nós, do Parlamento Amazônico, entendemos esta assembleia como espaço de cooperação e de exercício da diplomacia parlamentar em prol da Amazônia e a COP 26 foi grande motivadora do nosso debate neste ano de 2021", disse o presidente ao início da reunião.

Além dos parlamentares do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Suriname, Venezuela, a sessão contou com a participação de debatedores que acompanharam a conferência do clima.

Manuel Pulgar Vidal, ex-ministro do Meio Ambiente do Peru e anfitrião da COP 24 (Lima/Peru), participou da COP 26 como líder de Prática Global de Clima e Energia no World Wide Fund for Nature, WWF International.

O ex-ministro relembrou pontos relevantes do debate promovido pela COP 26 como a necessidade de uma interlocução entre os setores público e privados e entre as diferentes esferas de poder. "É fundamental trabalhar nas cidades, nos estados e municípios porque são eles que poderão ajudar os Estados Nacionais a cumprir com suas metas," ressaltou.

Ele também chamou a atenção para o papel central da Amazônia nas discussões sobre a necessidade de reflorestamento e aumento da temperatura global. "para a maioria dos países da Bacia Amazônica, a principal fonte de emissão (de gás carbônico) é o desflorestamento. É tão alto que pode chegar a 80% de nossa fonte de emissão."

Outro tema tratado na conferência e apresentado pelo convidado é a importância dos países da Amazônia retomarem a tecnologia apropriada de medição de fenômenos climáticos e a atenção às soluções baseadas na natureza.

O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara também participou da COP 26 e contribuiu com o debate desta tarde.

Segundo o deputado, "os acordos que foram feitos ainda são insuficientes para frear as mudanças climáticas. (…) E no caso do Brasil, temos os problemas globais e regionais, que estão interligados ao desmatamento da Amazônia".

O deputado ainda alertou que as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul já sofrem os efeitos do desmatamento da Amazônia. "As chuvas já não descem no Pantanal como antes. (…) Nós temos problemas sérios nas nossa políticas de combate ao desmatamento. E muita gente que desmata na Amazônia está vislumbrando que não poderá desmatar no futuro e está desmatando agora. isso está fechando as portas de muitos mercados e impossibilitando o Brasil de fechar acordos importantes".

No entanto, Rodrigo Agostinho também apontou um cenário otimista e que precisa de políticas públicas e apoio do Legislativo. "A conferência de clima também mostra ao Brasil um cenário de muita oportunidade (…) a conferência sai com várias regulamentações. O Brasil precisa regulamentar o mercado de carbono, precisamos que o Parlamento Brasileiro faça a regulamentação, capaz de dar a segurança jurídica de quem vai comprar esses créditos".

Após a fala dos convidados, a secretária-geral Organização de Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López, destacou o papel fundamental do Parlamaz nessas discussões. "infelizmente, os últimos informes mostram que nossa região está próxima ao ponto catastrófico por causa do desmatamento e mudança climática. Os modelos que iriam ocorrer de 2050 a 2100 estão se adiantando. O Parlamaz tem papel fundamental porque essa Bacia Amazônica pode representar uma liderança de uma maneira operativa, prática."

Depois da sessão desta tarde, o presidente do Parlamaz, senador Nelsinho Trad, avalia que o colegiado alcançou o debate da Cop 26. "Apesar dos desafios, terminamos o ano firmes na agenda pela Amazônia. A nossa perspectiva para o próximo ano é acompanhar o desdobramento dos países em relação às mudanças climáticas e nos reunir, se possível, de forma presencial, para nos fortalecermos ainda mais na defesa da nossa floresta."

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› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)


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