A briga entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, e entre Red Bull e Mercedes, não são as únicas em que é difícil apontar um favorito na Fórmula 1 nesta temporada. Um pouco mais atrás, Ferrari e McLaren travam uma batalha ainda mais apertada, atualmente dividida por 3.5 pontos a favor do time inglês, e que também tem tido suas reviravoltas.
Na primeira metade do ano, a McLaren parecia mais consistente, andando bem em vários tipos de circuito, porém apenas nas mãos de Lando Norris, uma vez que Daniel Ricciardo tinha dificuldades de adaptação. A Ferrari, por sua vez, era mais dependente de certos tipos de circuito, mais travados, e não costumava andar bem no calor, mas ambos os pilotos eram muito consistentes.
Na volta da pausa de agosto, a partir do GP da Bélgica, Ricciardo começou a andar bem, e a temporada teve uma sequência de pistas que eram mais favoráveis à McLaren. Quando eles aproveitaram a oportunidade de fazer uma dobradinha em Monza , a impressão era de que as chances de a Ferrari lutar pelo terceiro lugar entre os construtores tinham acabado, mas não é isso o que tem sido visto.
12.09.21 - Vencedor do GP de Monza, Daniel Ricciardo, cumprimenta o companheiro de equipe Lando Norris, que ficou com a segunda posição
Imagem: Lars Baron/Getty Images
A Scuderia avançou consideravelmente com o novo motor que estreou na Rússia com Leclerc, e na Turquia com Sainz, e voltou a ganhar terreno em relação à McLaren, que agora reconhece não ter mais o terceiro melhor conjunto do grid. "Estamos devendo em relação às Ferrari, em classificação e corrida", disse Lando Norris após ver Leclerc desaparecer em quarto lugar e Sainz só não chegar na frente das duas McLaren devido a um erro nos boxes, em uma pista que, no papel, era melhor para o time inglês do que para o italiano. "Eles não são mais rápidos em todos os lugares, mas têm um carro mais consistente e com melhor dirigibilidade."
A má notícia para a McLaren é que o time já está há algum tempo totalmente focado no carro de 2022 e tem de lutar com as armas que já possui. "Não temos atualizações nem do lado do carro, nem da unidade de potência", reconheceu o chefe Andreas Seidl. "Sabemos que algumas pistas que vêm pela frente serão melhores para o nosso carro, mas também há pistas em que vamos ter dificuldades em relação à Ferrari."
Do lado da Scuderia, também não houve muitas mudanças ao longo do ano, mas eles optaram por fazer três atualizações às quais o carro respondeu bem, como explicou Leclerc. "Todas as novidades nos ajudaram a evoluir e isso é bom para o futuro. Esse era o objetivo, mas ainda é difícil saber se o que estamos fazendo é o certo pensando na próxima temporada."
Leclerc se refere ao quanto essa evolução pode ajudar no objetivo da Ferrari de voltar a brigar por vitórias em 2022, quando a F1 passará por uma extensa mudanças de regras, ou seja, o que for feito no carro desde ano não curte tanto efeito. Pelo menos a evolução no motor será importante, já que ele não muda e seu desenvolvimento será, inclusive, congelado.
Voltar a vencer também é o horizonte da McLaren e não é por acaso: essa briga apertada pelo terceiro lugar coloca frente a frente as equipes mais vencedoras da história da F1 - são 20 títulos combinados entre pilotos e construtores para os ingleses, e 31 para os italianos.
O próximo capítulo dessa disputa será na semana que vem, no GP do México.
Fonte: uol.com.br