Em visita ao Centro Avançado de Atendimento Covid de Chapecó, em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (7), que não decretará lockdown nacional e reafirmou que não permitirá o uso das Forças Armadas para reforço das medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos. A fala se dá um dia após o Brasil registrar 4.195 mortes devido à pandemia em 24 horas, novo recorde.
&39;Não vai ter lockdown nacional", disse. "Como alguns ousam dizer por aí que as Forças Armadas deveriam ajudar nas restrições, nosso Exército nao vai ar rua para manter o povo dentro de casa. A liberdade não tem preço."
Na presença do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Bolsonaro insistiu em medicamentos sem compravação científica para pacientes contaminados com a covid.
"Porque não pode ter tratamento imediato? Tem que buscar outra alternativa. Como na Guerra do Pacífico... injetou água de coco na veia do indivíduo. E deu certo. O que fazer então para combater o coronavírus?", questionou o presidente.
O chefe do Executivo criticou seu primeiro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que se posicionou contra o uso de remédios como cloroquina e ivermectina e acabou exonerado.
"No protocolo dizia que só podia administrar em estado grave. Questionei. Eu não sou médico, mas não posso tolher a liberdade do médico. Ele tem que buscar alternativa", disse. "Começamos em março a tomar as decisões. Tivemos um primeiro ministro da Saúde e o protocolo dele era: fica em casa, quando sair falta de ar, vá para o hospital. Para fazer o quê? Ser intubado."
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), adepto ao chamado tratamento precoce, afirmou que, hoje, os leitos do Centro Avançado de Atendimento Covid estão vazios. "Em qualquer país do mundo, quando ser humano tem primeiro sintoma, ele vai se medicar. Aqui em Chapecó está provado. A liberdade deu certo. Conjugamos o verbo pandemia com economia. Viramos a roda", disse o chefe do Executivo municipal.
Para o presidente, restringir o uso de medicamentos sem comprovação científica é "tolher a liberdade de um profissional de saúde". Lamentamos todas as mortes. Tomei o medicamento que todo mundo sabe [cloroquina]. O off-label [fora da bula] é uma decisão do médico com o paciente. É um crime querer tolher a liberdade de um profissional de saúde. Desde o começo falamos, temos o vírus e o desemprego."
Em longa agenda nesta quarta, Bolsonaro segue, agora, para Foz do Iguaçu (PR), onde participará de cerimônia para entrega de obras de no aeroporto internacional da cidade. No mesmo evento, ele dará posse ao novo diretor-geral da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira. À noite, viaja para São Paulo onde se reunirá com empresários.
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)