Em pregão de baixa liquidez e volatilidade alta, o dólar à vista acabou fechando praticamente estável, com o real em linha com o movimento de outras moedas emergentes, como o peso mexicano. A expectativa pelo final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nesta quarta-feira, 29, e a definições do novo pacote fiscal americano, que precisa ser feita até a quinta-feira, 30, deixou os investidores cautelosos nesta terça, 28, sem tomarem posições mais firmes nos ativos e moedas. Há ainda o crescimento de casos de coronavírus, agora ganhando força na Europa.
O dólar à vista fechou praticamente estável (-0,02%), cotado em R$ 5,1572. No mercado futuro, o dólar para agosto, que vence no dia 1º, era negociado em alta de 0,25%, em R$ 5,1600 às 17h.
No mercado internacional, após dias de queda, e voltar ao menor patamar em dois anos, o dólar operou hoje praticamente estável ante moedas fortes, contribuindo também para ter movimento contido nos emergentes. “A cautela antes da reunião do Fed abateu o rali do euro”, ressalta o analista de moedas do banco Western Union, Joe Manimbo. A forte valorização da moeda europeia vinha sendo a principal responsável pelo enfraquecimento mundial do dólar nos últimos dias.
Para a reunião do Fed, os analistas do Bank of America não esperam agora novas medidas de estímulo monetário, mas o foco será ver se o BC americano prepara terreno para novas ações pela frente, o que pode ajudar a enfraquecer ainda mais o dólar, ressalta a economista de EUA do Bofa, Michelle Meyer, em relatório. Por isso, o maior interesse será ver as declarações do presidente Jerome Powell, 30 minutos após a divulgação do comunicado da reunião, prevista para as 15 horas. Há expectativa ainda de que o Fed poderá ao menos sinalizar mudanças do seu conjunto de diretrizes, o forward guidance, incluindo sobre a meta de inflação.
O noticiário doméstico hoje teve impacto mais limitado nas cotações. Os dados melhores que o previsto sobre fechamento de vagas do Caged em junho não chegaram a afetar os preços. Já o novo superávit na conta corrente, de US$ 2,2 bilhões em junho, o terceiro seguido, foi bem recebido nas mesas. Mas se o comércio exterior continua atraindo dólares para o Brasil, o mesmo não vale para o canal financeiro, que continua com fuga de capitais. Em julho, o fluxo está negativo em US$ 4,353 bilhões, até o dia 23. Após a divulgação deste número, o dólar bateu máxima, na casa dos R$ 5,20.
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)